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Operações policiais na Maré e Alemão levam medo à comunidade escolar

Nesta quarta-feira, mais uma operação policial levou profissionais da educação e alunos da Maré e Alemão a passarem pela situação de terror e medo de serem atingidos pelos constantes tiroteios, envolvendo policiais e traficantes ou de confrontos entre facções que disputam o controle da venda de drogas em áreas carentes da cidade (foto ao lado Portal G 1). Vídeos e fotos mostram cenas de crianças se protegendo nas escolas, com a supervisão dos profissionais de educação. São cenas que, infelizmente, estão quase se naturalizando para os moradores do Rio de Janeiro, mas não deveriam – não podemos achar que isso é “normal”.

O Sepe repudia a forma como as forças de segurança e o próprio governo do estado tratam esse grave problema, com ações que colocam na linha de tiro, muitas vezes, profissionais de educação, alunos, pais e responsáveis, como vem ocorrendo, com regularidade, nas comunidades mais carentes.

Não é de hoje que o Sepe-RJ e os membros da comunidade escolar denunciam o aumento da violência no entorno das escolas, com a escalada do número de operações policiais. A constante troca de tiros ou a realização de operações sem qualquer planejamento prévio já causou inúmeras mortes de estudantes, como no caso da aluna Maria Eduarda, morta em plena aula de educação física na Escola Municipal Daniel Piza, em Acari, no final do ano passado.

A direção do Sepe, há vários anos, alerta governos e parlamentares sobre a gravidade da situação – já em 2006, o sindicato fez um dossiê com os nomes de mais de cem escolas que ficavam em regiões de risco. Ano passado, o Sepe teve audiência com o então secretário municipal de Educação, César Benjamim, quando informamos que há anos o sindicato tem denunciado a falta de segurança nas escolas da rede e a violência cotidiana que sofrem os alunos e profissionais, notadamente em áreas conflagradas; também denunciamos a carência na rede de profissionais fundamentais na prevenção à violência, como porteiros e inspetores de alunos.

Denunciamos, também, a quase inexistência de uma política de Segurança, Investimentos Social e Cultural para áreas extremamente carentes por parte do governo do Estado e prefeitura.

Escola não é lugar de tiros e bombas e sim de acolhimento. 

Foto do Portal G 1 – leia no link a seguir matéria do Portal G 1