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Nota do Sepe RJ contra o governador do Rio Grande do Sul por agressões aos educadores em greve

O Sepe RJ vem se solidarizar e apresentar o seu total repúdio contra as ações implementadas pelo governador do estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), contra os profissionais de educação da rede estadual daquele estado que se encontram em greve e foram atacados pelas forças de segurança estaduais ao término de uma assembleia geral, realizada ontem (dia 26/11). 
 
A plenária histórica, que reuniu mais de 15 mil educadores na Praça da Matriz (Centro de Porto Alegre) na frente do Palácio Piratini (sede do governo estadual),  transcorreu normalmente, mas ao seu término os profissionais que deliberaram pela continuidade da greve elegeram uma comissão de negociação, que foi recebida pelo chefe da Casa Civil Otomar Vivian, do lado de fora do Palácio. 
 
O governador, como já havia feito antes, se ausentou para fugir das negociações. A derrubada de uma grade que separava os profissionais reunidos na assembleia da sede do governo fez com que os membros da comissão de negociação se vissem espremidos entre a tropa de choque da Brigada Militar e a multidão que aguardava na praça. Os policiais, então, utilizaram de força desproporcional e promoveram uma série de agressões covardes contra os educadores com bombas de gás e cassetetes, espancando e ferindo várias pessoas da comissão de negociação, além das que se encontravam presentes no ato público.
 
Num momento em que o país inteiro se defronta com uma série de ameaças contra a democracia e com a defesa de autoridades ligadas ao governo Bolsonaro da volta do arbítrio, o governador do Rio Grande do Sul deu mais uma prova da sua total falta de disposição para o diálogo, permitindo que a sua polícia promova agressões e desmandos contra profissionais que exerciam o seu legítimo direito de reunião em praça pública  e o direito constitucional à greve. Não é à toa que Leite, na última semana havia dado uma dura resposta à mobilização contra o seu pacote enviado para o Legislativo que ataca a escola pública gaúcha, cortando o ponto dos grevistas.
 
O Sepe RJ entende que o papel de um governo eleito pelo voto da maioria da população é o de respeitar o direito dos trabalhadores e garantir a segurança das suas mobilizações legítimas em defesa dos seus direitos. Ainda mais, quando estas mobilizações ocorrem em um estado marcado nos últimos anos por uma escalada de ataques aos servidores públicos, traduzidos em arrocho salarial, parcelamento de salários e cinco anos de vencimentos congelados.
 
Por isso, fazemos eco ao comunicado do Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS) que responsabiliza o governador pela contínua e inaceitável violência perpetrada pelo Estado contra trabalhadores da educação e os milhões de gaúchos que dependem da escola pública para estudar, sonhar e crescer.