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Nota de pesar: faleceu a professora Dulce Figueira

NOTA DE PESAR DO SEPE ITAGUAÍ AO FALECIMENTO DA PROFESSORA DULCE:

Dor, angústia, consternação. Angústia profunda por termos perdido, inesperadamente, o pedacinho mais suave, sereno, gentil e carinhoso de nós. Aos 75 anos, dos quais pelo menos os últimos 40 foram inteiramente dedicados ao Sepe Itaguaí, faleceu hoje, a professora Dulce.

Internada desde o fim de semana na Rede D’Or, Dulce Figueira deixa como legado o registro da história por ter sido até hoje a professora que mais amou e lutou pela Educação em Itaguaí. Inegavelmente, sua força, coragem, doçura e resiliência, transformaram o Sepe no que é hoje o maior, mais antigo, robusto e estruturado sindicato da cidade, com décadas de renome e trabalho abnegado pela educação.

Batizada ao nascimento com o nome de Dulce, na etimologia “mulher muito doce e amável”, com origem no Latim “dulcis”, que literalmente quer dizer “doce”, nossa fundadora parecia já predestinada a terminar como mártir sua trajetória de apego aos bons ideais sociais, em incansável e também penosa luta pela melhoria na qualidade da educação pública no Estado do Rio de Janeiro.

Foi com essa mesma abnegação, mas sem perder a capacidade de expressar doçura e cativar quem com ela tinha o privilégio de aprender, que colocou Itaguaí já nos anos 90 como a primeira rede pública de educação no país a ter um plano de carreira unificado, que uniu sob a mesma lei de direitos os servidores do Grupo de Apoio Técnico e pessoal do Magistério. Foi a primeira mulher candidata a prefeitura em Itaguaí, tendo participado do PT na cidade, Lá na construção e permanecido por longas décadas. Foi também diretora da Regional de Educação do Estado do Rio de Janeiro na região de Itaguaí (Bahia da Ilha Grande), abrangendo cidades como Seropédica, Japeri, Paracambi, Itaguaí, Mangaratiba, Angra dos Reis, Paraty e Rio Claro.

O Seu senso de justiça e igualdade, sua sabedoria e a fraternidade de ter ser firmado como quase uma figura materna de toda a educação local, a colocavam em posição de liderança e grande conselheira dos profissionais da Educação.
Pelos desafios de fundar o Sepe Itaguaí, pelos nossos planos de carreira da história, por nosso Estatuto específico para a Educação, pelos concursos públicos e diversas outras conquistas ao longo desses 40 anos, nos quais sabemos terem sido fundamentais seu toque, sua luta, a gratidão irrevogável dos profissionais da educação. Dos colegas diretores da atualidade, a saudade e o sentimento de privilégio pela oportunidade de troca que, seguramente, traduziu-se em aprendizagem, espiritualização e discernimento para encarar e reverter as agruras e suplícios impostos pelos governos ao serviço público da Educação.

Não falece hoje uma pessoa. Falece uma professora. Falece uma amiga. Uma amiga de luta, conselheira, guerreira, conciliadora, mediadora… Falece em vida física, um pedaço de nós. Um pedacinho enormemente importante, que nos deixa um estranho e torturante sentimento de termos ficado órfãos. É que de certa maneira “a Dulce era o Sepe e o Sepe também era a Dulce”. Até o vento hoje nos soa mais vazio. O nosso céu ficou mais cinza e o dia parece encoberto por neblina… A nossa luta perdeu um ícone… sua história, porém, suas construções e ensinamentos, – por outro lado e conforme a própria vontade dela, se aqui em vida – , nos dão a oportunidade de enxergarmos um motivo: seu legado. Legado de força, a partir do qual, pretendemos mais que nunca, nos segurar e guiar daqui em diante, para podermos continuar o caminho na luta pela educação.

Dulce Figueira, presente!