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Governo do estado libera verbas da Educação em flagrante desrespeito aos profissionais que seguem sem reajuste

O secretário de estado de Educação, Pedro Fernandes, publicou um vídeo nas redes sociais convocando os profissionais de educação e demais membros das comunidades escolares para o evento da chegada de Papai Noel de helicóptero, no Maracanã, no próximo dia 23 de dezembro. Para tanto, Fernandes solicitou às escolas estaduais que enviem a relação dos interessados até a próxima segunda-feira (dia 16/12) para que a SEEDUC providencie o transporte de ônibus para todos.

Num momento em que a Educação Pública em todo o País sofre com cortes de verbas e falta de investimento e os profissionais da rede estadual completarão, em 2020, seis anos sem qualquer reajuste salarial, o SEPE/RJ denuncia mais essa forma temerária de retirada de recursos da Educação. Essa iniciativa do governo do Estado se soma a outras que vêm sendo tomadas neste final de ano, com gastos e repasses de verbas para as escolas que não solucionam o problema educacional, muito menos se destinam a auxiliar os profissionais que viram seus salários corroídos ao longo destes últimos seis anos sem reajuste salarial.

A nosso ver, tais “convocações” das escolas e profissionais são a triste ilustração de uma política de humilhação pública dos profissionais da educação e mesmo de toda a comunidade.

No início desta semana, denunciamos o caos e as contradições que envolveram a realização do “Armazém do Livro”. O armazém, junto com outras iniciativas da SEEDUC neste final de ano, envolveu o desembolso de dinheiro da Educação, proveniente de fontes como o FUNDEB e demais verbas destinadas ao setor. E que não foram utilizadas com a valorização do magistério nem para a melhoria das condições de trabalho nas escolas ao longo de 2019. Agora, precisam ser gastas sob pena de devolução. Esta prática também foi adotada por secretários anteriores, que mantiveram o arrocho salarial da categoria e abriram as torneiras com o desperdício de dinheiro no final do período letivo.

Outro ponto a ser questionado é a proximidade das eleições municipais em 2020 com a liberação de tais “bondades” pelo governador Witzel e pelo secretário Pedro Fernandes. Depois de um período letivo inteiro no qual as comunidades escolares lutaram contra a falta de investimentos e as precárias condições de trabalho a pergunta que nos cabe agora é: qual o objetivo do governador e do secretário? Certamente, não é o da valorização profissional da categoria.

Por tudo isso, convocamos os profissionais de educação da rede estadual do Rio de Janeiro a comparecerem à assembleia do dia 11 de fevereiro de 2020, com greve de 24 horas neste dia. Vamos organizar nossa luta para o próximo ano!