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DIREÇÃO DO SEPE TEVE AUDIÊNCIA COM O SECRETÁRIO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO COMTE BITTENCOURT EM 11/O3

A direção do SEPE esteve reunida em audiência com o secretário de educação do estado, Comte Bittencourt, e sua equipe, na quinta-feira (11/03), para discutir questões referentes a pauta pedagógica, como ensino remoto e BNCC. Além disso, foram tratados assuntos relativos a oferta de GLPs , Auxílio alimentação dentre outras demandas.

Logo no início da reunião, o secretário Comte Bittencourt afirmou que, possivelmente, a reunião com PGE, Secretaria de Fazenda e Conselho do Regime de Recuperação fiscal ocorrerá na próxima semana, quando serão discutidos temas como: questão salarial, descongelamento do plano de carreira e 13 de planejamento. Sobre este último tema, o secretário afirmou que o caso foi levado à Procuradoria Geral do Estado (PGE). Veja o que foi discutido na audiência desta quinta-feira:

1) Ensino remoto – A direção do Sepe fez as críticas referentes às reclamações da categoria, no que tange aos conteúdos e às denúncias relativas aos riscos que o aplicativo “Applique-se” poderia oferecer. Reivindicamos que o docente tenha autonomia para usar o método que se mostrar mais eficaz para atingir o maior número de estudantes possível e com a melhor qualidade, não sendo obrigado a ficar restrito a um único meio. Questionamos ainda que a utilização do Google Classroom e do Google Meet sem o uso de dados dos professores e estudantes não pode estar vinculada ao uso do “Applique-se”.

Primeiramente, nos foi informado que o telefone “Samsung Galaxy S7” que aparece como tendo entrado em contas de e-mail é, na verdade, o próprio celular do usuário que, a depender do modelo, o sistema da Google não reconhece e denomina genericamente como sendo da marca e modelo acima mencionado.

A SEEDUC nos informou que o Classroom é o principal meio de ensino remoto, não citando outras formas possíveis e que sua utilização sem o uso de dados dos usuários só é possível se for feita pelo Applique-se devido a uma questão técnica. Informou ainda que o Google Meet só estará disponível de forma gratuita a partir de maio.

Os diretores do SEPE questionaram que o controle de frequência de professores e alunos não fosse feito pelo aplicativo. Neste ponto, os representes da Secretaria disseram que a utilização do Classroom também vale como controle de frequência.

Aproveitamos para denunciar que muitas direções estão assediando professores para que fiquem logados na plataforma nos horários originais de suas aulas. A SEEDUC se comprometeu a estudar o caso e soltar um documento sobre este fato, mas concordando que isto é uma prática abusiva, na medida em que não faz sentido um professor ficar durante horas conectado, sem alunos para interagir.

A direção do SEPE reivindicou que os estudantes que não têm qualquer dispositivo tecnológico (56 mil estudantes, segundo a SEEDUC) possam receber um chip ou algum aparelho para que possam manter vínculos com a escola para além das apostilas impressas.

2) Aulas presenciais – O Sepe reafirmou que a categoria está em greve pela vida, por compreender que as pessoas devem ter o direito de se resguardarem em meio a uma pandemia que atinge seus piores números desde março do ano passado e reivindicamos que as escolas não retornem. Denunciamos que muitos colégios estavam cobrando presença de todos os professores que não declararam comorbidades, mesmo que as unidades escolares estivessem com poucos ou nenhum aluno frequentando.

O secretário manteve sua posição de retorno de docentes para atender em forma de tutoria os estudantes sem acesso à tecnologia, mas que apenas 1/3 destes professores que não tem comorbidades deveriam estar na escola ao mesmo tempo, com as direções podendo fazer escalas. O sindicato respondeu que não fazia sentido convocar professor para um número ínfimo de alunos. Ao fim, os representantes da SEEDUC concordaram, dizendo que soltariam um comunicado às direções, dizendo que o número de professores chamados à escola deveria respeitar uma proporcionalidade entre professores e estudantes baseada no critério da razoabilidade.

O secretário concordou em receber todas as denúncias das escolas que estiverem convocando professores de forma abusiva. Neste sentido, orientamos a categoria que denuncie qualquer unidade escolar que esteja convocando professores em número maior do que necessário, entrando em contato com o sindicato.

Ainda, assim, reafirmamos que os profissionais de educação da rede estadual encontram-se amparados por uma greve das atividades presenciais, que conta com decisão favorável da justiça, conforme nota anterior do Sepe.

3) Reorganização do Ensino Médio

Diante da possibilidade de adequação da rede estadual ao Novo Ensino Médio, o Sepe reivindicou uma audiência específica para aprofundar o debate sobre o tema, pois avalia que esta discussão precisa ser ampla, democrática e transparente. A Secretaria afirmou que agendará uma reunião sobre isso o mais breve possível.

4) GLPs

Os diretores do SEPE reclamaram da falta de isonomia das GLPs que estão vinculadas às atividades presenciais, excluindo os profissionais com comorbidades e grevistas. O secretário respondeu que vai abrir nos próximos dias a GLP também para aqueles que estão apenas no ensino remoto. Trata-se de uma reivindicação atendida, mas ainda protestamos que os docentes que possuem comorbidades e os que estão se declarando em greve das atividades presenciais saíram prejudicados.

Reivindicamos que a cessão da GLP não pode se dar apenas pelas direções da escola, mas também pelas Coordenarias Metropolitanas, para romper com qualquer pessoalidade ou privilégio. A Secretaria ficou de estudar o caso.

5) Auxílio alimentação

O secretário confirmou a informação de um áudio no Whatsapp de que o auxílio será feito por matrícula, mas com o limite ao valor de 40h. Ou seja, o docente que tiver uma matrícula ou duas matrículas de 16h ganhará o equivalente a 32h. O docente que tiver uma matrícula de 16h e outra de 30h ganhará o equivalente a 40h.

6) Processos de remoção

Após nosso questionamento sobre a resolução que suspendia as movimentações e licenças, a SEEDUC afirmou que, finalizado a organização do quadro de horário e alocação das GLPs, eles irão revogar a resolução.